
Lancha da Sardinha
Embarcação de Peniche destinada essencialmente à pesca da sardinha
O casco é muito elegante e alongado, boca pequena, popa de painel armando lema de cana, semelhante ao das fragatas do Tejo
Arma um mastro um pouco avançado sobre a proa cruzando um latino bastardo
A sua tripulação varia entre os 12 e os 14 homens

Traineira de Peniche
Embarcação ligeira de arrasto com pouco calado sem coberta
O mastro bastante corrido a vante armava vela bastarda
Quase sem quilha possuía um leme muito longo por fora
Os quatro ou cinco remos por borda ajudavam durante a faina a manobra de manter a embarcação atravessada às vagas
Era tripulada por 12 a 14 homens

Barca da Ericeira
Esta embarcação é destinada à pesca
De forma alongada, boca aberta e pouca quilha tem o leme por fora
O mastro, fixado no banco de proa e com acentuada inclinação para vante, arma uma latina bastarda
Possui normalmente três ou quatro remos por bordo e a tripulação oscila entre os 10 e 12 homens

Caíque de Traquete
Estes caíques de Cascais eram embarcações oriundas do Algarve
Tipicamente portuguesas são por muitos tidos como sucessores das caravelas henriquinas. Com formas alongadas e muito elegantes, armavam habitualmente duas velas bastardas em dois mastros divergentes
Podiam montar dois remos por banda
O comprimento era normalmente de 18 a 19 metros com uma tripulação de 15 a 20 homens

Canoa Caçadeira
Estas embarcações tipicamente portuguesas eram também conhecidas por canoas do alto ou caçadeiras
Existiam em quase todos os centros de pesca do país, embora com maior relevância para sul do Cabo da Roca e costa algarvia
Como a da figura, da zona de Cascais, tinha muita quilha à ré, proa arredondada e popa de painel
Normalmente armavam dois latinos bastardos em mastros assimétricos com acentuada inclinação para vante e ré
Podia ainda usar três a quatro remos por bordo

Muleta de Arrasto
Esta embarcação de pesca de Cascais impressiona pelo seu tipo de velame
Além dos panos de navegação, quando em faina de pesca usava mais seis velas suplementares
Tem a particularidade de fazer o arrasto pelo través
De convés corrido, fundo chato e pouca quilha, o seu comprimento andava entre os 12 e 13 metros com uma tripulação de 11 a 12 homens
Possuía normalmente três remos por banda ficando os remadores virados para a proa

Canoa da Picada
Estas embarcações, usadas em Cascais e Sesimbra, usavam-se na pesca da sardinha a bordo da qual picavam (salgavam) a sardinha
Extremamente elegantes, de convés corrido, gaiuta a ré e uma ou duas escotilhas centrais de acesso aos interiores
A sua grande quilha aumentava progressivamente para ré com o leme montado por dentro
Armava uma latina bastarda no mastro da proa e uma pequena de mezena
Veleiro muito rápido e navegável, recebeu a designação de picada da sardinha que era salgada a bordo
Era frequente disputarem-se regatas desportivas entre canoas da picada

Barca da Pesca do Alto
Esta embarcação de Sesimbra servia na pesca entre o Cabo da Roca e São Vicente e tinha o casco corrido e alongado
Armava normalmente duas velas de espicha
Durante a faina da pesca recolhiam-se os mastros sobre os bancos e usavam-se os remos, dois a três por bordo

Lancha do Alto
Elegante embarcação de Setúbal da pesca do alto, com a configuração de palhabote, gurupés e pequeno pau de pica-peixe
O casco era corrido, de boca larga, com uma gaiuta para a ré e uma ou duas escotilhas centrais de acesso ao porão de peixe
Possuía muita quilha e armava dois mastros simétricos, com ligeira inclinação para ré, duas velas de carangueja e dois estais amurados no gurupés

Fragata
É concerteza a embarcação mais emblemática do rio Tejo
Embarcação de certo porte, bojudo e pesado, media entre 20 e 25 metros de comprimento
Armava estai e vela grande de carangueja içada junto ao mastro com acentuada inclinação para ré
Tinha duas câmaras, uma à proa e outra à ré, decoradas nas anteparas
Um pequeno bote era levado a reboque o qual servia para rebocar a fragata à força de remos nos momentos de calmaria
A sua tripulação era apenas de três homens

Varino (1880)
Embarcação de carga dos finais do século passado
Extremamente elegante e belamente decorado, era descendente da enviada que os ílhavos deixaram no Tejo
Tinha o aspecto de uma grande bateira de duas proas, com a de vante muito acentuada e dentada encimada por uma cabeleira ou borla
Armava um estai e pano latino num mastro muito inclinado para trás

Varino
O seu nome parece ter origem nos "ovarinos", embarcações de Ovar
Embarcação de carga muito típica do Tejo
Tal como a fragata também era de casco bojudo, mas mais elegante e sem quilha
Aparelhava uma ou duas velas de estai substituindo o latino triangular por um quadrangular num mastro inclinado para a ré
Possuía duas cobertas com anteparas, porão com paneiros e ainda bordas falsas para um melhor acondicionamento da carga

Batel do Tejo
Embarcação do princípio do século e típica do Tejo, de convés corrido, proa dentada e popa inclinada onde fixava um leme de charolo
Umas espadelas laterais ajudavam nas manobras
O mastro, acentuadamente inclinado para vante, armava um grande latino bastardo
Possuía também um pequeno estai amurado num gurupés
Era normalmente usado na pesca e no transporte de pessoas e carga entre as duas margens do rio

Falua com Vela à Latina
Esta embarcação era da família dos varinos
Normalmente era empregue no transporte de pessoas entre as duas margens do rio Tejo, mas também se utilizava no transporte de cargas ligeiras para abastecimentos dos mercados lisboetas
Um grande latino bastardo cruzava um mastro ligeiramente inclinado para ré e um pequeno estai amurava num gurupés
Media entre 15 e 16 metros de comprido e tinha uma tripulação de dois a três homens

Falua
Da família dos varinos e fragatas a falua transportava normalmente carga e passageiros entre as duas margens do Tejo
Existiam faluas de um e dois mastros que armavam latinos bastardos como os caíques
Esta embarcação muito rápida e veleira media aproximadamente entre 14 e 15 metros de comprimento e tinha uma tripulação de dois ou três homens

Cangueiro
Embarcação muito semelhante à fragata do Tejo, mas com uma proa mais arredondada para maior protecção do embate das ondas durante o embarque ou desembarque
Transportava normalmente cargas pesada, como areia e pedra para a construção civil
Possuía um bote de apoio, que ajudava à manobra por meio dos remos
Em águas pouco profundas a tripulação ajudava nas manobras impulsionando o barco com grandes varas, correndo as bordas de proa à popa ou vice-versa

Bote do Pinho
Esta bela e muito bem decorada embarcação, da família dos varinos, tinha uma característica específica
Era quase exclusivamente empregue no transporte de ramagem de pinho, que da margem sul chegava, para abastecimento dos muitos fornos dos padeiros de Lisboa
Armava uma longa vela latina triangular cruzada num mastro curto muito deslocado à proa
Possuía duas pequenas câmaras à popa e à proa
Umas bordas falsas permitiam um melhor acondicionamento da carga
Media entre 14 e 15 metros de comprimento e tinha uma tripulação entre 2 e 4 homens

Bote Cacilheiro
Embarcação do Tejo de casco semelhante à fragata mas de menor porte
Tinha a particularidade de a roda de proa estabelecer concordância com a quilha
>Armava em geral um grande latino bastardo, existindo no entanto alguns que tinham uma vela de estai e um latino quadrangular
Normalmente media entre nove e dez metros de comprimento e a sua tripulação era composta por dois ou três homens

Canoa Cacilheira
Embarcação muito semelhante à fragata mas de menor porte e dimensões
A sua função principal era o transporte de cargas e o transbordo de mercadorias entre navios ancorados no Tejo e terra
Armava uma vela de carangueja e uma vela de estai amurada numa vara com funções de gurupés
Media entre 11 e 12 metros de comprimento

Barco de Riba-Tejo
Inicialmente era utilizada na pesca, mas gradualmente serviu como embarcação de carga e cabotagem ao longo das povoações ribeirinhas
O casco lembra a muleta do seixal, com a proa muito pronunciada e dentada
O mastro muito inclinado para a proa armava um longo latino bastardo
As espadelas laterais ajudavam muito nas manobras e navegação nos canais e esteiros do rio Tejo
De notar o leme do tipo das embarcações de